segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O PC do B e as eleições

Leninismo e algumas questões teóricas

Nestes tempos de eleições, não custa nada refletirmos sobre algumas questões levantadas e refletidas por Lênin, em duas de suas obras clássicas: Os comunistas e as eleições e Que Fazer ? evidentemente levando-se em conta as respectivas diferenças históricas e particulares; entre o Brasil atual e a Rússia revolucionária de 1917.

Trata-se mais, de como Lênin, refletirmos a importância das questões sobre a democracia, o partido, o parlamento, a agitação e propaganda, a comunicação e as questões táticas e estratégicas.

PC do B: Evolução tática e as eleições de 2010

O processo que culminou no 12º congresso do partido e que deliberou um conjunto de documentos, entre eles o Novo Programa Socialista e a Política de organização e de quadros; iniciou um pouco antes do congresso. Em 2007, o partido definiu-se pela criação da CTB, do fortalecimento da Unegro e do movimento LGBT. A seguir o partido aponta para a necessidade de uma tática eleitoral mais afirmativa e ousada para as eleições de 2008. Aliado a isto, o partido destaca a necessidade de intensificar o acúmulo de forças em três frentes de forma coordenada juntando a luta política/institucional com as lutas sociais e no campo das ideias. Ainda neste período, o partido levanta a necessidade das seis reformas para o país.

Nestas eleições, o país e o partido partem para uma nova etapa que é a necessidade de o nosso país não retroagir, de seguir adiante com o ciclo aberto com Lula e todos os governos do campo aliado. É chegado o momento da nação avançar para um novo projeto nacional de desenvolvimento, é disto que se trata a presente campanha eleitoral; abrir caminho para efetivação de um novo projeto nacional de desenvolvimento e este é justamente o centro do atual programa e da tática do nosso partido.


Eleição: Votos e hegemonia de ideias

Chegamos a um momento importante da vida nacional, o instante em que toda a sociedade passa a respirar política. Um período em que esta sociedade, passa a refletir sobre os destinos de cada estado e do próprio país pelos próximos quatro anos. A dinâmica e o chamado estado de espírito das amplas massas, nestes tempos, obedece a uma escala crescente de mobilização, interesse e participação. Este processo culminará nas eleições de 3 de outubro. Esta grande batalha nos remete à diversas questões de máxima importância, a necessidade de discutirmos a política em âmbito nacional e local; de respirarmos política até o final desta batalha; de entendermos de que esta batalha é crucial para os destinos da nação e que confronta dois campos antagônicos; de compreendermos que precisamos correr e conquistar a hegemonia de votos.

Simplória e objetivamente, eleição é a batalha da conquista dos votos; mas na verdade trata-se de bem mais que isto. Trata-se de conquistar mente e corações, de apresentar propostas e confrontar projetos e visões de mundo. É preciso esclarecer os eleitores (as ) da justeza de nossas propostas e ideias e fundamentalmente neste processo ajudar a sociedade a elevar sua consciência e nível de mobilização e organização para as grandes e as pequenas questões.

Mas chegar ao eleitorado e conquistar sua confiança e seu voto, requer um conjunto de medidas e ações nesta batalha pelos votos. Nesta corrida em busca dos valiosos votos, é necessário organização, agitação política, apresentação de propostas e lutar por uma hegemonia no campo das ideias. A luta pela hegemonia dos votos se dá em planos diferentes; a hegemonia nas majoritárias e nas proporcionais. Em síntese, a vitória eleitoral é resultado de uma vitória das idéias hegemônicas respectivamente no plano majoritário e no proporcional.

Dilma e uma institucionalidade de Esquerda e Progressista

A eleição de Dilma, combinada com a de governantes estaduais de esquerda e progressistas e de um considerável crescimento parlamentar destes setores nas assembleias legislativas e no congresso nacional será de fundamental importância. Elevará sobremaneira o acúmulo de forças na frente político/institucional, facilitando a transição ao socialismo e as grandes transformações que a nação necessita. Devemos nos empenhar nas eleições, sem perder de vista o centro de nosso programa socialista e nossa tática. E isto significa, não perder de vista o acúmulo de forças político/institucional e a questão tática da transição ao socialismo; materializada em um novo projeto nacional de desenvolvimento. Por isso, a importância da unidade e crescimento da esquerda e setores progressistas nos governos centrais e no parlamento.

A implementação de políticas estruturantes e transformadoras exige aumento do acúmulo de forças. A transição ao socialismo na realidade brasileira, implica na unidade de um amplo campo de forças políticos sociais e de forte presença na esfera institucional; hegemonizadas pela esquerda e campo progressista. Nestas condições, ficam viabilizadas as grandes transformações e a transição ao socialismo. Nosso projeto para a nação, passa por um novo projeto nacional de desenvolvimento é este o caminho para o socialismo em nosso país. Não podemos perder de vista que estas eleições estão a serviço da nossa tática e não o inverso.

Eleições: A centralidade da Comunicação e da Propaganda

Evidentemente, neste momento de crescimento e aquecimento da campanha eleitoral, duas secretarias ganham momentaneamente especial centralidade e relevância; estamos falando das secretarias de comunicação e propaganda.

Agora a sociedade respira eleição, e com a campanha no rádio e na TV mais ainda. A campanha eleitoral é um rio caudaloso, que arrasta para seu centro os esforços de comunicação e propaganda e busca pelos votos.

As demais secretaria devem seguir este curso natural das eleições, fugir disto é estar fora da cena real dos acontecimentos. É preciso discutir política, eleição, candidaturas, plataformas, o Brasil o Pará. É preciso confrontar projetos, discutir a realidade presente, futura e passada; é este leito que toda secretaria e coordenação de campanha deve seguir nesta batalha eleitoral.

Por exemplo, não há melhor momento que este para determinadas secretarias adequarem sua ações a este momento. Não é afinal um ótimo momento para a secretaria de movimentos sociais debater sobre os movimentos populares antes e depois da era Lula ? debater sobre o futuro dos movimentos populares ante a possibilidade de vitória das forças de esquerda e progressistas ! Debater o novo projeto nacional de desenvolvimento; debater sobre as propostas das candidaturas comunistas e progressistas !

Eis sumariamente, algumas questões para serem apreciadas pelo coletivo militante do PC do B. Para nós, ótima campanha e vamos ao voto.

Enviado pelo camarada Lázaro Ferreira Rodrigues
Militante do Partido Comunista do Brasil e Designer Gráfico

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