Grande ofensiva política e ideológica é desencadeada pelos inimigos do progresso social - o imperialismo e seus agentes para negar a teoria de Marx e Engels. Dois elementos são levantados para embasar esta campanha: o colapso do socialismo na URSS e Leste Europeu; e a “invencibilidade” do capitalismo como um sistema que se perpetuaria representando o “fim da história”.
É imperativo, portanto, a necessidade de defender e reafirmar a atualidade e validade do marxismo como ciência capaz de continuar sendo o instrumento teórico da luta dos trabalhadores e emancipação da humanidade. Em primeiro lugar, é preciso relembrar que a teoria marxista não é um dogma, algo pronto e acabado, parado no tempo. Como toda ciência ela se desenvolve e está chamada a responder as questões postas pela realidade em desenvolvimento. Ao longo da história, o movimento de luta pelo socialismo passou por períodos de ascenso e descenso. Momentos de avanço e de dificuldades que ocorreram quando acontecimentos e mudanças da realidade colocaram novos problemas que exigiam respostas e soluções.
Em todos esses momentos, a ferramenta teórica do marxismo sempre cumpriu papel primordial.
Em seu artigo “As vicissitudes históricas da doutrina de Karl Marx”, Lênin aborda os períodos de dificuldades e os desafios enfrentados pelo marxismo em seu processo de desenvolvimento: o primeiro de 1848 à Comuna de Paris (1871); o segundo de 1871 à Revolução Russa de 1905 e o terceiro de 1905 até a data em que escreveu o artigo em 1913.
O primeiro desses períodos foi o de afirmação do marxismo que convivia com inúmeras outras correntes no seio do movimento operário. Nesse período, de grande ebulição social, em que as contradições de classe afloraram com total nitidez, as teses de Marx confirmaram-se e se impuseram. “Toda doutrina de socialismo que não seja de classe e de uma política que não seja de classe, se avaliza como um simples absurdo” (Lênin). Nascem os partidos proletários independentes: a Primeira Internacional (1864 1872) e a social-democracia alemã, nesse tempo.
O segundo período é um período “pacífico”, sem revoluções, quando aparecem com força as idéias de conciliação de classes, negando a necessidade da revolução e da luta de classes. É o período em que o capitalismo entra em nova fase monopolista-imperialista. Novas questões são colocadas pela realidade. Lênin vai dar combate a essas manifestações de oportunismo, e responder as novas questões, desenvolvendo o marxismo.
O terceiro período é quando a revolução proletária entra na ordem do dia, a partir da Revolução Russa de 1905. Novos problemas aparecem. O tipo de Partido capaz de dirigir a revolução, a estratégia e táticas do proletariado para a tomada do poder, a possibilidade de realizar a revolução em países atrasados como a Rússia e muitas outras questões vão ser resolvidas por Lênin, e confirmadas pela Revolução de Outubro e o processo de construção do socialismo na URSS. Mais uma vez, o marxismo foi a ferramenta teórica capaz de responder aos novos desafios e descortinar os caminhos da luta libertadora.
Atualmente, vivemos um novo período de vicissitudes. As dificuldades advindas da derrota do socialismo e as novas questões postas pelo desenvolvimento do capitalismo colocam novamente a necessidade de compreendê-las, buscando os caminhos ao avanço da luta pelo socialismo em novo patamar. Longe de seu abandono, o marxismo é o único instrumental teórico capaz de responder aos novos dilemas. Lênin dizia que “sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário”, e o desenvolvimento teórico hoje, é uma imposição ao avanço da luta pelo progresso social rumo ao socialismo. O materialismo dialético e histórico continua sendo o único instrumental teórico capaz de nos oferecer os meios para explicar e desvendar os novos fenômenos e as razões que levaram à derrota do socialismo nos países do Leste. Na própria derrota na URSS, os estudos demonstram que uma das causas importantes do seu colapso foi exatamente o afastamento na aplicação dos princípios do marxismo, sua subestimação e insuficiente desenvolvimento da teoria para responder os novos fenômenos enfrentados. Houve na URSS uma certa paralisia teórica. Os êxitos subiram à cabeça dos dirigentes soviéticos agindo como se todos os problemas estivessem resolvidos e o caminho para o comunismo assegurado.
Quanto a suposta “invencibilidade” e perenidade do capitalismo os sinais de decadência e de aprofundamento de sua crise falam mais alto. São sinais evidentes que o capitalismo está superado historicamente. Que não mais atende às necessidades e anseios da humanidade. O capitalismo é sinônimo de guerra, desemprego, fome, miséria, destruição. E o movimento revolucionário mundial após anos de perplexidade, dúvidas e incertezas vai aos poucos encontrando os caminhos de sua reorganização.
O desenvolvimento da história é inexorável. Embora o velho sistema resista, o novo mais dia menos dia vai se impor. E o novo é o socialismo. Queiram ou não os teóricos burgueses de plantão, os trabalhadores de todo o mundo, orientados pelo marxismo, desvendarão os caminhos de sua emancipação implantando um mundo de progresso e igualdade.
Autoria: Marcos Panzera (secretário de organização do Comitê Municipal do PCdoB)
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