quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Água para o mundo - Rio Amazonas


As águas da Amazônia podem ser comercializadas em escala internacional a exemplo do que acontece com o barril de petróleo. Quanto custaria o barril de água? Esta é uma pergunta que os cientistas, especialmente os especialistas em água, como os hidrólogos, se fazem.

Com 20% das águas correntes do planeta, das quais 14% em solo brasileiro, a Amazônia continental pode ser considerada muito mais rica do que os poços de petróleo do Oriente Médio, palco de guerras em decorrência do seu “ouro negro”.

Foi com o intuito de valorizar cientificamente, socialmente, ambientalmente, politicamente e economicamente o potencial hídrico da região, que um grupo de trabalho formado por dez especialistas – Marco Antonio de Oliveira (CPRM), Naziano Filizola (Ufam), Emílio Soares (Ufam), Júlio Tota (UEA), Ingo Wahnfried (USP), Jaci Saraiva (Sipam), Eurides de Oliveira (ANA), Oswaldo Calisto Acosta (Aneel), Andrea Bartorelli (geólogo) e Ennio Candotti (Físico-Museu da Amazônia/Musa) – desenvolveram um estudo conjunto sobre o estado da água de superfície, subterrânea e aérea da região.

O dossiê foi entregue ontem ao secretário geral do Ministério de Ciência e Tecnologia, Luiz Antônio Elias, em Brasília, em reunião que contou com a presença do presidente do Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antônio Raupp, e do professor Ennio Candotti, na Esplanada dos Ministérios, no Distrito Federal.

Entre as sugestões contidas no documento para as autoridades brasileiras observa-se “a criação do crédito de água para um serviço ambiental semelhante ao do crédito de carbono a ser utilizado no incentivo da conservação dos mananciais, das águas superficiais e subterrâneas. Estes créditos poderiam financiar comunidades propiciando a conservação – evitando e inibindo fontes contaminantes, bem como contribuir para a realização de estudos e ações.

Sempre com o objetivo de compreender e preservar os ciclos hidrológicos na Amazônia e no planeta, e os biomas que dependem dele e interagem com ele. Caminhos para a determinação de um valor de mercado do barril de água deverão ser estudados para consolidar este item-conceito”.(Ambiente Brasil)

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