quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dilma culpa 'desleixo' com população pobre e isenta governo Lula


A presidenta diz que moradia em área de risco virou a regra e não a exceção no Brasil ao visitar as vítimas da chuva no Rio

Ao falar pela primeira vez sobre as fortes chuvas que atingem o Sudeste do País, a presidenta Dilma Rousseff culpou o "desleixo" no tratamento dado por governantes à população de baixa renda. Embora não tenha citado diretamente o governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, Dilma empenhou-se em deixar claro que a afirmação não se referia ao antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, nem ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), que integra a base de apoio ao seu governo.

"Houve no Brasil um absoluto desleixo em relação à população de baixa renda, que como não tinha onde morar foi morar em fundo de vale, beira de rio, beira de córrego e encosta de morro", afirmou Dilma, em sua primeira entrevista coletiva desde que tomou posse, no dia 1º de janeiro. "Moradia em área de risco é a regra, não a exceção", completou.

Voltando-se a Cabral, a presidenta disse que teria sido fundamental assegurar bons programas de moradia e saneamento. "E aí vou defender o presidente Lula e nós, Serginho, pois nós fizemos uma parceria. Fizemos o PAC em parceria com governos estaduais e prefeituras", disse Dilma, em referência ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das principais bandeiras de sua campanha presidencial.

As declarações foram dadas diante de questionamentos sobre a escassez de investimentos na prevenção de enchentes, depois de o País assistir há um ano a uma situação semelhante em Angra dos Reis. Em resposta à mesma pergunta, Cabral empenhou-se em contestar a versão de que teria havido negligência dos governos estadual e federal diante do problema. "Nós tivemos solidariedade e apoio do governo federal", reagiu Cabral.

Dilma prometeu dar todo o apoio necessário ao Rio e a outros Estados prejudicados pela chuva, a exemplo de São Paulo. Disse que o momento é de resgatar as vítimas da chuva e reconstruir as áreas devastadas pela água. "Vamos fazer com que a reconstrução seja também um momento de prevenção", afirmou Dilma, prometendo colocar toda a estrutura do governo federal à disposição do Estado do Rio. "Agora temos de resgatar as pessoas, temos de reestruturar as condições de vida nas regiões atingidas", completou a presidenta, prometendo remédios e tratamento médico nessas regiões.

Um comentário:

Anônimo disse...

É por isso que no Brasil nada se resolve enquanto não se separar administração a discurso meramente político.