segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sobre a eliminação da pobreza e a mobilidade social

“O principal equívoco da oposição de hoje é o mesmo equivoco da esquerda do passado, se achar melhor que os outros”.

Porque o emergente não é burro, ao contrário. O retrato mais marcante da mobilidade social ascendente, anotado : “os jovens da classe C são 68% mais escolarizados que seus pais, enquanto na classe A, onde o número cai para 10%.

A educação já era vista como um meio para a melhora nas condições de vidas destas famílias e agora isto é colocado em prática. Nos últimos 8 anos a porcentagem de universitários da classe D foi de 5% para 15% e na classe C de 40% para 57%. Neste período o total de estudantes universitários passou de 3.6 milhões para 5.8 milhões de pessoas”.

O Brasil pode eliminar a pobreza absoluta no tempo da atual geração?

Acredito que tudo é uma questão de tempo. Nossas pesquisas só comprovam que a fatia da população, antes marginalizada, emergiu para uma nova condição social, e nada impede que isto continue ocorrendo. Segundo dados da PNAD e do IBGE a porcentagem de pessoas na miséria no Brasil caiu de 28% em 2003 para 15% no ano passado, com tendência essa queda ser contínua.

A pirâmide social terá uma nova cara daqui menos de 10 anos. As famílias que passam o mês com um salário mínimo vão continuar diminuindo e aquelas que ganhavam até três vão diminuir mais ainda, passando a fazer parte da nova classe média. E isto já vem ocorrendo.

A classe emergente que antes só podia comprar leite C, hoje tem iogurte em sua mesa. A classe D que não consumia iogurte, hoje já o compra esporadicamente, numa qualidade inferior que a C, mas compra, e é este é um ciclo que tende a crescer com o passar dos anos, até porque a base da pirâmide é jovem.

Este pode parecer um exemplo banal, mas para estas pessoas isso é o resultado palpável da melhora de suas condições. E elas não vão querer abrir mão dessas conquistas. Além disso, enquanto o topo da pirâmide está envelhecendo, as classes C, D e E têm quase 70% de jovens, com emprego formal e dinheiro no bolso. É a geração do futuro, é a geração C. (Entrevista com Renato Meirelles do Data Popular – blog do Sorrentino)

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