terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Belo Monte, um debate em torno do desenvolvimento

Qualquer intervenção humana no meio ambiente – da construção de uma casa à de uma usina hidrelétrica – provoca alterações. Aliás, pode-se dizer, o homem só sobreviveu como espécie porque, como todos os outros animais, interferiu ativamente na natureza para criar condições favoráveis à manutenção e reprodução de sua vida, como dizem os biólogos mais avançados de nosso tempo, como por exemplo o professor da Universidade de Harvard, Richard Lewontin.

Esta é uma questão pertinente quando se avalia o debate – fortemente politizado, aliás, e voltado contra o projeto nacional de desenvolvimento aplicado no país nos últimos anos – a respeito da construção da hidrelétrica de Belo Monte.

O debate envolve um conjunto de problemas sérios. Eles vão desde a preservação e a defesa dos direitos das populações indígenas e ribeirinhas a uma série de problemas que não podem ser empurrados para debaixo do tapete. Prevê-se o alagamento de propriedades rurais e urbanas, prejuízo a laços comunitários, fragmentação de comunidades, profanação de lugares sagrados para comunidades indígenas, etc.

Por outro lado, a obra traria outros benefícios além da produção de energia elétrica. Entre eles – que estão relacionados entre as 40 condições básicas arroladas pelo Ibama no começo de 2010, quando concedeu a licença que permitiu o leilão para o início da construção da usina – estão a geração de energia elétrica para os municípios atingidos pela obra, a melhoria da navegabilidade do rio Xingu (onde a obra está situada), a instalação de postos de saúde e escolas na região, a demarcação de terras dos índios Arara e o saneamento das cidades próximas à hidrelétrica, etc.

Os problemas humanos envolvidos são sérios e precisam ser resolvidos. A necessidade de garantia energética para o país também é séria e precisa ser resolvida. E a agressão ambiental precisa ser reduzida ao mínimo necessário para a construção de uma obra gigante como Belo Monte - estas são as três pernas desta equação, e o atendimento de uma não pode ser feito à custa do sacrifício de outra.

Difícil? Sim, difícil. Mas não parecem ser exatamente estes três aspectos do problema que mobilizam os críticos mais ácidos e acentuados do projeto. Coordenados e mobilizados por ONGs estrangeiras, há uma inegável resistência à continuidade da retomada do desenvolvimento brasileiro e seu fortalecimento. (Vermelho)

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