sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Dilma aceita antecipar já mínimo do próximo ano

O governo vai propor aos sindicalistas incluir em sua proposta para o salário mínimo um mecanismo que permita a antecipação, quando o reajuste não representar ganho real, de valores a ser pagos em anos seguintes.

A estratégia seria usada agora para resolver o impasse com as centrais sindicais.
Enquanto o governo insiste em R$ 545, as centrais querem R$ 580. Hoje ministros se reúnem mais uma vez com as centrais para negociar.

A votação do tema será o primeiro teste da fidelidade da base aliada. Apesar de insistir em R$ 545, a equipe de Dilma aceita antecipar parte do reajuste que será concedido em 2012, mas só fará essa negociação se o Congresso e os sindicalistas aceitarem a criação do mecanismo que antecipe aumentos reais.

O mecanismo pode ser incluído na medida provisória que será enviada ao Congresso com o valor de R$ 545 e oficializando a regra atual de reajuste como definitiva até 2023, com revisões de quatro em quatro anos.

Pela regra, o mínimo é reajustado pela inflação, acrescido da variação do PIB de dois anos antes.

Lula havia fixado o mínimo em R$ 540, corrigido pela inflação prevista para 2010 naquele momento (5,88%), sem aumento real porque o país não cresceu em 2009.
Só que o índice ficou em 6,46%, o que faz o salário subir para R$ 543. Dilma arredondou para R$ 545. Sua equipe avalia que seria possível ir a R$ 550, com um reajuste real de 1%. Esse percentual seria descontado do aumento previsto para 2012.

Para o presidente da CUT, o Mínimo de 2011 deve ser tratado como excepcionalidade.
“Nós estamos querendo tratar de forma excepcional 2011, do mesmo jeito que foram tratados de forma excepcional os empresários. Naquele momento de combate à crise, aumentou-se o crédito, diminuíram-se impostos da linha branca, de automóveis, tudo em nome de uma excepcionalidade do momento, em que era preciso fortalecer o mercado interno, aprofundar essas medidas, para que a gente pudesse enfrentar a crise.

Os bancos também tiveram ajuda, principalmente pela pressão dos bancos públicos pela liberação do crédito, forçando que os bancos privados também o liberassem. A falta de crédito internacional fez com que os bancos segurassem todo o seu dinheiro no caixa naquele período. As medidas foram corretas, nós inclusive apoiamos várias dessas medidas. Agora, foram excepcionais para enfrentar a crise.

Do mesmo jeito, nós queremos tratar o salário mínimo de 2011 como uma excepcionalidade, diante de um PIB que foi negativo por conta dessa crise. Então, da mesma forma como se trataram diversos setores econômicos de forma excepcional, por que não tratar também os trabalhadores?”

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