domingo, 13 de março de 2011

Governador tucano do Pará promove "farra fisiológica" com cargos


Quando assumiu o governo do Pará, Simão Jatene (PSDB) enviou mensagem à Assembleia Legislativa alertando para o rombo nas contas do Estado, anunciou o enxugamento da máquina e demitiu mais de mil servidores da gestão anterior. O que era para virar um exemplo de boa gestão, no entanto, ameaça tornar-se um escândalo. Em dois meses, a fim de acomodar interesses setoriais, Jatene já deu posse a 450 novos assessores, entre familiares de deputados, de membros do Judiciário e de empresários amigos.

O cúmulo do fisiologismo foi a entrega a Jatene de uma lista com a indicação de parentes de 12 desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, que tem o poder de decidir sobre intervenção federal e pagamento de precatórios. A farra foi tanta que a OAB do Pará vai pedir ao Conselho Nacional de Justiça abertura de investigação sobre as nomeações do TJ. “Trata-se de um fato gravíssimo. Uma prática generalizada de nepotismo cruzado, uma troca de favores espúria”, afirma o presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos.

Até agora, a OAB já confirmou as nomeações de parentes de quatro juízes. É o caso, por exemplo, de Rosa de Fátima Queiroz das Neves, que vem a ser a mulher do desembargador Cláudio Augusto Montalvão Neves. Nomeada para o cargo de assessora do gabinete do governador, Rosa receberá salário de R$ 4 mil. Montalvão, por sua vez, já empregava no próprio gabinete a nora do governador, Luciana Lopes Labad Jatene.

Na mesma linha, foram nomeadas as irmãs Karla Karime e Kamille Kelly Vasconcelos Guerreiro, filhas do desembargador Constantino Augusto Guerreiro, além de Lindalva Gonçalves de Araújo Nunes, ex-mulher do desembargador Rômulo José Ferreira Nunes, que foi presidente do TJ-PA.

Por nota, o governo do Pará deu uma explicação quase enigmática para justificar a nomeação de tantos parentes: “As relações de parentesco não são critério para a inclusão de profissionais na estrutura de governo, e a exceção dos casos de nepotismo, tampouco, para exclusão.”

A bancada do PT na Assembleia Legislativa tem um projeto de lei para limitar a prática de nomeações, que começou em 1994 com o governo tucano de Almir Gabriel e seguiu anos a fio. Acontece que a própria Ana Júlia chegou a ter 1.500 assessores especiais, inclusive parentes de alguns desembargadores. Com telhado de vidro, será que a oposição terá interesse real em acabar com essa farra?

Fonte: Istoé

3 comentários:

Anônimo disse...

Não foram 1500 Assessores, e sim 2300, portanto o Jatene ainda tem muito a nomear. Nem Ana, nem um dels quis e quer regulamentar os cargos da casa civil da governadoria, pois são barganhas politicas. Quem tem c...tem medo!

Anônimo disse...

Jatene agrada o judiciário pra te-lo como aliado. O governador ganha todas na justiça.

Marcos Duarte disse...

Marcos Duarte – O Pará volta a ficar em cheque, o desenvolvimento do estado é trocado por pequenos favores pessoais, o judiciário que deveria dar o exemplo acima de tudo, é o primeiro a se apadrinhar ao executivo, paciência! Eu me coloco de luto. Por sermos defendidos por tais autoridades, que se submetem a tal postura, ferindo a publicidade.
O governador Simão Jatene é o exemplo do ditado “ faça o que eu digo, mas não o que eu faço.