terça-feira, 31 de maio de 2011

A mídia revolucionária e democrática na Venezuela - continuação

(Por Luciana Lanza e Leo Drumont)

América Latina

Em 2005, a Venezuela criou, no front internacional, sua mais poderosa arma de informação: a TELESUR. É uma multiestatal, capitaneada pelo estado venezuelano e que já conta com a participação da Argentina, Bolívia, Cuba, Equador e Nicarágua. Com o lema Nosso Norte é o Sul, é o principal veículo difusor de uma das bases fundamentais da revolução: a integração da América do Sul e do Caribe.

Sua sede, impecável, impressiona. Tudo novo, bem iluminado, equipamento de última geração. Alí trabalham cerca de 650 profissionais, de diversas nacionalidades, com a missão de conectar a América Latina com o mundo. Nisto, já lograram atuações de repercussão mundial, entre as mais destacadas, a libertação de reféns das FARCs, o golpe de estado em Honduras e a tentativa de golpe no Equador.

Tivemos acesso aos seus planos de expansão para uma maior presença no Brasil. Aqui, quase ninguém sabe que a TELESUR possui um noticiário em português, feito por brasileiros. Por enquanto, só traduzem e apresentam as notícias produzidas em espanhol. Mas o projeto vai além: ampliação da grade em português, produção própria de conteúdo e maior difusão pela internet. Porém, tal é a pressão contra a TELESUR no Brasil que só a TV Educativa do Paraná transmitia o noticiário em português. Com a saída do governador Roberto Requião, nem ela mais. Alternativas para sua presença aqui têm parcas possibilidades em Pernambuco e Belo Horizonte. Executivos da Record News estiveram lá, mas nada se concretizou até o momento. Visitamos também a Rádio Del Sur, fundada em 2008 com proposta similar à Telesur. Seu sinal está restrito à Venezuela, mas pode ser acessado pela internet.

Em 2006, vem à luz a Avila TV, talvez a mais vanguardista iniciativa revolucionária em linguagem televisiva. Criada pelo ex-prefeito metropolitano de Caracas, Juan Barreto, foi concebida como TV Escola, e é dirigida ao público jovem. Na sede do canal – repleta de uma garotada irreverente e bem humorada, vestindo jaquetas e bonés e fazendo sua própria revolução no front televisivo – todos são responsáveis por tudo: técnica, reportagem, apresentação de programas, câmeras, áudio, redação e o escambau.

A transmissão é restrita à Caracas, o que lhes permite liberdade de experimentação, com forte apelo musical e gráfico, junto a um público essencialmente urbano e mais aberto a inovações. A maioria é formada na EMPA (Escuela de Medios y Producción Audiovisual), dentro da qual foi incubada a Avila TV.

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