Latifundiários, madeireiros inescrupulosos, grileiros sentem-se à vontade nesse enredo de impunidade para praticar o trabalho escravo e o trabalho infantil, expulsar o trabalhador da terra, encomendar mortes. Quantos mandantes, intermediários e executores foram para a cadeia, estão ou cumpriram a pena, se julgados? Os dedos das mãos são muitos para contar. Há um manto de proteção mal revelado, tecido de fios poderosos que respalda e encoraja os crimes hediondos de rapinagem praticados. É no mínimo sintomático o recrudescimento da violência com a volta do neoliberalismo ao governo do estado, não só na área rural como na área urbana.
Se o Brasil começou a mudar com os governos Lula e Dilma no rumo do desenvolvimento com inclusão social, retirando milhões da pobreza e da miséria, da escuridão, ainda há muito caminho a trilhar quando se fala dos rincões do norte e nordeste, de desenvolvimento regional, de reforma agrária. Aqui, há uma lógica do saque que propicia terreno fértil à barbárie, à exploração desenfreada, à ação predatória. Portanto, é determinante encarar as inúmeras causas buscando soluções de fato para os problemas sócio-econômicos existentes, com medidas concretas.
O Partido Comunista do Brasil – PCdoB, que luta por um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, com inclusão social, rumo ao Socialismo; marcado na luta pela reforma agrária antilatifundiária, onde tombaram camaradas como Paulo Fonteles, João Canuto, Expedito Ribeiro entre tantos, repudia mais uma vez a sanha assassina do latifúndio e predadores que ceifaram a vida do casal extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, dos trabalhadores rurais Erenilton Pereira dos Santos, Marcos Gomes da Silva e Obede Loyola Souza, do camarada Dinho de Roraima. E exige dos órgãos competentes, junto com a sociedade civil organizada e os movimentos sociais, punição aos mandantes e executores, fim da violência contra o povo do campo, e da impunidade.
O PCdoB/Pará conclama os partidos políticos, os parlamentares federais, estaduais e municipais, prefeitos, os movimentos sociais através de suas entidades, a OAB, SPDDH, Igrejas,os círculos acadêmicos, lideranças defensoras dos direitos humanos a cerrarmos fileiras na luta pelo fim da violência no campo e da impunidade, pela reforma agrária e pelo desenvolvimento sócio-econômico com valorização do trabalho no Pará.
Belém, 15 de junho de 2011
Érico de Albuquerque Leal – Presidente do PCdoB/Pará
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