O setor de petróleo e gás está atrás de estudantes
que cursam o último ano do ensino fundamental e dos níveis médio e técnico e
que ainda não definiram a profissão. A ideia é qualificar o quanto antes a mão
de obra para um segmento da economia carente, porém estratégico. A expectativa
é de que até 2015 devam surgir mais de 50 mil vagas por ano no Brasil para
técnicos nessas áreas.
Quem está em começo de carreira hoje chega a ganhar R$ 2.615,86, valor
referente à remuneração básica desses profissionais na Petrobrás. Atualmente, a
estatal petrolífera não tem nenhum concurso com inscrições abertas. Mas a
estimativa da empresa é admitir 17 mil novos empregados até 2015, com a
realização de dois processos seletivos por ano para cargos de níveis técnico e
superior.
Para despertar o
interesse dos estudantes, a Petrobrás incrementou o programa Profissões de
Futuro, com a criação de um site (www.profissoesdefuturo.com.br), onde é
possível acessar informações sobre o cenário da indústria de energia e do
mercado de nível técnico, além de conhecer as profissões relacionadas.
O gerente-geral da
Universidade Petrobrás e responsável pelo programa, Ricardo Salomão, diz que a
área mais acessada na página eletrônica é o Mapa de Cursos, onde o aluno
conhece os cursos técnicos com uma breve descrição, carga horária, profissões
relacionadas e onde estudar. O site foi lançado em dezembro e já contabiliza
cerca de 25 mil acessos.
“Com a perspectiva
de crescimento nos segmentos de petróleo, gás e energia, construção civil e
infraestrutura, a demanda por técnicos de nível médio é crescente. Para termos
uma ideia, na Petrobrás controladora, somos cerca de 60 mil empregados próprios
sendo dois terços deste efetivo posicionado em carreiras técnicas de nível
médio. Esta proporção se repete e até aumenta pelas empresas destes segmentos
no País”, afirma Salomão.
Quem apostar no
setor de energia está no caminho certo, na opinião do vice-presidente de
operações da consultoria DBM Brasil e América Latina, José Augusto Figueiredo.
“O setor de energia em geral, desde a elétrica até petróleo passando por
energias alternativas, é um campo promissor no Brasil. O profissional deverá
olhar a energia de forma sustentável”, afirma o especialista.
“Trabalhar no setor
de petróleo e gás sempre será promissor. Tem técnico sênior que ganha mais que
um profissional que fez curso superior, por exemplo”, afirma Fernando Monteiro
da Costa, diretor de operações da consultoria de RH Human Brasil. Além disso,
ele aponta que trabalhar na Petrobrás, por exemplo, garante estabilidade e um
pacote de benefícios.
No setor naval,
Costa diz que faltam profissionais qualificados e interessados em trabalhar em
alto mar. “O brasileiro, de forma geral, quando se forma na área naval, tem
preferência em trabalhos fixos, mas as melhores oportunidades estão em alto
mar, nas plataformas de petróleo. Isso abre oportunidades para estrangeiros. O
setor é fértil de oportunidades, desde que o brasileiro tenha uma mudança de
mentalidade e esteja disposto a trabalhar em alto mar.”
O site Profissões
de Futuro relaciona ainda outras funções que devem se destacar nos próximos
anos, como técnico de operação, técnico de exploração de petróleo, técnico
químico e técnico de automação industrial. Para começar a exercer as funções,
basta diploma em cursos técnicos.
Segundo Salomão, a
formação demora três anos se o curso for feito com o ensino médio ou em 1,2 mil
horas (aproximadamente 18 meses) na modalidade após o ensino médio. “As pessoas
que já terminaram o ensino médio e não têm uma profissão definida podem fazer
uma habilitação técnica de qualidade, num período razoável de tempo, ficando
prontas para ingressar no mercado e aproveitar esta onda positiva.”
Com informações da
Agência Estado
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