a
Paulo Fonteles
Levante-se a manhã
Tão alta tão bela.
Desnuda a estrada
Das vestes da noite
Que marcharemos ao sol.
Vã ilusão de bala
Que roubou-nos a flor
Que nos secou os olhos
Que nos regou o ódio.
Haverá sempre um rio a correr.
Nunca um rio de lamentos.
Há o corpo da terra untado em sangue
Como noiva, triste e nua.
Cativa de mil fuzis.
Há que libertar a terra
Enquanto a manhã se levanta
E o poeta ainda sangra.
Belém, 19 de agosto de 1987.
Érico de Albuquerque Leal
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