O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, expressou nesta sexta-feira, 14, seu apoio ao presidente Lula, que viajará para o Irã neste final de semana para tentar convencer os líderes iranianos a aderirem aos acordos propostos pela comunidade internacional em torno de seu controvertido programa nuclear. O mandatário russo, porém, disse que essa talvez seja a última oportunidade de Teerã evitar as sanções do Conselho de Segurança da ONU.
Medvedev desejou sorte a Lula ao tentar convencer o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a se abrir para o diálogo, mas calculou que o brasileiro tem cerca de 30% de chances de obter sucesso. "Desejo sinceramente a meu colega e amigo, o presidente brasileiro, êxito em suas negociações em Teerã e peço ao presidente Ahmadinejad que escute os argumentos de Lula", disse o líder russo.
Lula, por sua vez, reiterou a postura brasileira da busca pelo diálogo. "Farei meu melhor para convencer meus parceiros da necessidade de diálogo", disse o presidente. O Brasil, assim como a Turquia, é um dos membros não permanentes do Conselho de Segurança, mas rejeita a imposição de sanções contra o Irã. O País já chegou a se oferecer para mediar o acordo de troca de urânio entre a República Islâmica e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Repetindo o discurso de um diplomata americano, Medvedev disse que a visita de Lula a Teerã talvez seja a "última oportunidade" de o Irã evitar as sanções pretendidas pelas potências ocidentais. "Espero que a missão do presidente do Brasil termine com êxito. É talvez a última possibilidade antes da adoção de medidas que todos os membros do Conselho de Segurança conhecem", disse o líder russo.
Medvedev revelou que, em sua conversa por telefone com o presidente dos EUA, Barack Obama, ambos instruíram seus negociadores a acelerar o processo da imposição das resoluções, mas ao mesmo tempo pediu para que o americano confie nos esforços de Lula. "Disse a ele que dê uma oportunidade ao presidente brasileiro utilizar todos os argumentos da comunidade internacional com a finalidade que o Irã coopere", argumentou Medvedev.
O chefe do Kremlin completou dizendo que, caso a visita de Lula não dê resultados, a comunidade baixará sanções sobre o Irã. Nesse sentido, Medvedev destacou que os seis países que negociam com o país persa - EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha - mantêm "posturas suficientemente consolidadas" e que a imposição de resoluções é uma delas.
Lula está em Moscou e deve visitar o Irã entre os próximos dias 15 e 17. Em Teerã, o presidente brasileiro deve se encontrar com o mandatário iraniano, Mahmoud Ahmadinejad; com o supremo líder do país, o aiatolá Ali Khamenei; e com o presidente do Parlamento, Ari Larijani. Espera-se que o primeir-ministro turco, Recep Tayip Erdogan, também participe de algumas reuniões.
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