Um dia depois do seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, enviou um recado aos países ocidentais: quer o apoio de todos para uma ação conjunta honesta, transparente e lógica para o desarmamento e a não proliferação nuclear. A mensagem foi enviada hoje (4) pelo porta-voz do Ministério de Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmed.
As informações são da agência oficial de notícias do Irã, a Irna. Segundo Mehmed, as críticas e reações negativas ao discurso de Ahmadinejad foram considerados normais porque os que detêm armamentos querem manter suas supostas ameaças.
“É normal que os países que detêm armas nucleares queiram ameaçar as nações e acabem insatisfeitos com as declarações do presidente [Ahmadinejad]”, disse Mehmed. Segundo ele, os governantes dos países ocidentais devem aumentar a tolerância e dar respostas aos apelos da comunidade internacional para o desarmamento e o fim dos arsenais nucleares.
Ontem (3), na sede da ONU, Ahmadinejad disse que a bomba atômica é um crime contra a humanidade e que põe em risco a segurança de todos. O iraniano responsabilizou os Estados Unidos por não cooperar com o fim do desarmamento. Também criticou os que condenam sua política e lembrou que, no passado, os norte-americanos utilizaram armas nucleares. Ele não poupou outras potências nucleares.
O discurso de Ahmadinejad provocou a saída dos representantes dos Estados Unidos, da França e da Inglaterra. Liderados pelos norte-americanos, franceses, ingleses e alemães são favoráveis à imposição de sanções pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas contra o Irã. Para esses países, o Irã produz secretamente armas nucleares. Ahmadinejad nega as acusações.
O porta-voz do presidente iraniano, porém, rebateu hoje as críticas. “O discurso do presidente [Ahmadinejad] foi uma combinação das visões de todos os Estados independentes e livres do mundo”, disse Mehmed. 04/05/2010
Contribuição: José Varella
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