“Já fui comunicado de que, nessa equipe de transição, há uma pessoa encarregada de manter contatos com os partidos”, afirma ao Vermelho Renato Rabelo, presidente do PCdoB. “O objetivo é definir um programa de governo que leve em conta os pleitos e as ideias de toda a base aliada. Ao ter esse esboço em mãos, Dilma conversará, posteriormente, com cada um desses partidos, completando essa fase que eles chamam de formação para o novo governo.”
Para Renato, um dos desafios de Dilma, eleita presidente no último domingo (31), é não centrar as negociações em torno de cargos. “O PCdoB fica sempre incomodado se a discussão de formação de um governo não é pautada em cima de um projeto. Creio que Dilma está preocupada em debater quais são as medidas mais imediatas, de médio prazo — para aí, sim, ver a contribuição e o papel que cada partido pode ter nesse governo.”
Renato também propõe que, no seio dessa grande composição pró-Dilma, haja a formação de um núcleo de esquerda, com a participação de PT, PSB, PDT e PCdoB. “Não somos só nós que defendemos isso. O PT já falou a respeito, e os outros partidos de esquerda concordam.”
“Como essa frente de apoio a Dilma é muito heterogênea, propomos a articulação de alguns partidos que tenham mais semelhanças entre eles, mais convergências”, agrega o presidente do PCdoB. Um núcleo desse tipo, segundo ele, é importante para frear “as pressões, sempre muito fortes, das forças que querem manter o status quo e truncar as mudanças”.
O dirigente comunista acrescenta que a esquerda não deve apenas lutar pela mera continuidade do governo Lula. “Como a própria Dilma defendeu, é preciso avançar, das passos adiante. Esses avanços dependem de um projeto bem explícito e definido, com foco nas questões mais urgentes da atualidade. Se, por exemplo, houver reformas como a política e a tributária — sempre tão faladas —, é importante lutarmos para que o caráter dessas mudanças seja democrático.” (Por André Cintra- Portal Vermelho)
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