sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Por Terra e Liberdade

O movimento popular cabano que ficou conhecido por, "A cabanagem" não foi rebelião muito menos uma revolta, foi uma Revolução Social, que acabou por dizimar parte da população Amazônica com aproximadamente 30 mil mortos, morerram mestiços, indios e colonos mas também boa parte das elites tradicionais do império.

A cabanagem foi um fenomeno, ocorrida no século XIX, com a alcunha ainda hoje dada por alguns historiadores de que teria sido mais uma revolta típica do periodo regencial do immério brasileiro, ela na verdade, nunca foi mais "uma", ela extrapola seu proprios limites. abarca um grande numero de participantes - cada grupo social com seus proprios anseios de classe é bem verdade - e percorre um raio territorial incrivelmente amplo, digo incrivelmente, pois há registros de sua luta no Marajó, em Santarem, em Cametá e outras localidades em um período em que o grande meio de locomoção é a navegação por corrente marítima.

O alvo principal do movimento foram os Portugueses. O sentimento que permeava a revolução era de ódio aos brancos, odio ao mandonismo, ao abandono que as terras amazonidas eram remetidas, principalmente ao pos 1808 (onde os investimentos passaram a se concrentrar no sudeste Brasileiro mais precisamente no RJ e o Pará que detinha até então economia prospera devido a proximidade maritima e as relaçoes que detinha com Lisboa, entra em profundo declínio, alimentando ainda mais o sentimento de "Dois Brasis"), e parte da elite muda, a velha aristocracia colonial dá lugar a elite mestiça e bastarda. Porém para a grande maioria nada muda, a vida ainda era a mesma que ainda em 1821, Felipe Patroni ja denunciava na imprensa paraense atraves do "O Paraense", na verdade as ideias liberais da revolução do Porto também fez ecos por aqui! Patroni dizia: o povo vive em condiçoes sub-humanas, vivem em cabanas e palafitas! O governo Luso-Brasileiro precisar olhar com carinho para o Pará.

Pois bem, este sentimento fez surgir um identidade a todos os povos e etnias da Amazônia. Desde indígenas, negros africanos e mestiços, ainda que cada grupo tenha suas peculiariedades, perceberam os problemas e as lutas que detinham em comum!
A historiografia Brasileira fez ao longo dos anos várias abordagens sobre a cabanagem, é nao poderia deixar de ser diferente, o homem é fruto de seu tempo, então desde Domingos Antonio Rayol ou Barão de Guajará (que teve inclusive seu pai que era vereador assasinado em vigia pelos cabanos) que classificou o movimento como motim das classes infames, muuitos fizeram diversas abordagens como: João Palma Muniz, ou Dilke Barbosa, Ernesto Cruz, Vincente Salles, Jorge Hulley e também o marxista Caio Prado Júnior que atribuiu aos cabanos a prerrogtiva de unicos revolucinários populares de ideais libertários que conseguiram depor um governo das elites e chegar ao poder.

Apesar da grande importancia em que devese analisar a historiografia sobre os cabanos, o motivo do declinio do governo e etc, não há duvidas de que tal movimento precisar estar no patamar dos grandes feitos do nosso povo. A cabanagem é hoje simbolo de acão popular, de movimentos sociais, de assim como na Guerrilha do Araguaia de formação do sentimento de organização da luta camponesa. Sua memória deve ser secular e celebrada! Viva o 7 de Janeiro e Viva a maior Revolução Popular da Amazônia! Afinal, seus combatentes, não foram mortos nem enterrados, foram plantados nas terras úmidas do Grão-Pará, como exemplos de revolucionários!

Pedro Fonteles
Presidente da União Academica Paraense - UAP

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