segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Camarada Neuton Miranda, Presente!


Os homens são como estrelas, cada qual com sua grandeza. João Amazonas, Neuton Miranda e Edmilson Rodrigues.
No ultimo sábado completou-se um ano que nosso Camarada Neuton Miranda Sobrinho faleceu vítima de um fulminante infarto do miocárdio quando se encontrava em Belterra, no oeste do Pará, as margens do rio Tapajós, o caudaloso curso verde, que ao se encontrar o com o rio Amazonas, de águas barrentas, alguns quiilômetros à frente, em Santarém, forma um dos mais belos espetáculos da natureza.

Tal como aquele encontro das águas, a trajetória de Neuton foi o encontro do revolucionário profissional com o ser humano apaixonado pela vida e pelo povo. Profissional não porque suas necessidades materias quase sempre dependiam do Partido. Mais do que isso. Porque sua militância, sua força, sua luta, sua obstinação, o Partido, estava, sem vacilações, à frente destas necessidades. O que importava era a causa maior que guiou os grandes lutadores do nosso povo e que amiúde sempre gostava de citar: Zumbi dos Palmares, Frei Caneca, Angelim, Diógenes Arruda, Pedro Pomar e João Amazonas.

Sempre relembrava os momentos dignificantes de sua militância política. Sua prisão em Ibiúna. Os encontros em pontos de rua nos “escritórios” da Vila Madalena, com Pomar, Elza, Amazonas, quando na clandestinidade era o ultimo dirigente da União Nacional dos Estudantes ainda vivo. O seu retorno para o estado do Pará, onde juntamente com Paulo Fonteles e Neco Panzera, reorganizaram o Partido após a traição de Venâncio, T, UL e O e G.

A invasão de sua residência e sua prisão às vésperas da votação da Emenda Dante de Oliveira, assim como o assassinato de seu melhor amigo, Paulo Fonteles, não abalou sua fé no Partido de Lênin, e na vitória triunfante das forças populares. Como Deputado Estadual, foi um dos arquitetos de uma ampla frente que derrotou o facínora Jarbas Passarinho em 1994 ao governo do Estado. Coube como representante dos comunistas ocupar o cargo de Presidente da Companhia de Habitação, permanecendo até o episódio de Eldorado do Carajás, em abril de 1996, quando a face tirânica daqueles que assumiram o governo vieram à tona.

A partir daí não daria trégua aos Tucanos, sendo um dos artífices da retumbante e consagradora vitória de Edmilson Rodrigues a Prefeitura de Belém nas eleições de 1996. Em 2002 foi candidato ao Senado, tendo a estupenda votação de quase 300 mil votos, ajudando, e muito na vitória de Lula para presidente da República, e contribuindo, em seguida, no governo, através da Secretária do Patrimônio da União, onde idealizou e implantou o Projeto Nossa Várzea, a carta de alforria de milhões de ribeirinhos, cuja secular espoliação foram imortalizadas por Dalcídio Jurandir, nos romances do ciclo extremo norte.

Como um Patrimônio de tamanha magnitude do Partido Comunista do Brasil, seu desaparecimento físico, em 19 de fevereiro de 2010, abateu em pleno vôo sua eleição para Deputado Federal, comprometendo o reposicionamento do Partido no cenário político do Estado do Pará. No entanto seu exemplo de militância comunista, fincou raízes e lançou luzes para as batalhas vindouras de seus Camaradas.
Mario Hesketh, da Comissão Política

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