Aumento de preços no ano atinge metade do limite máximo admitido em 2011 pelo governo e, em doze meses, supera o teto. Mas equipe econômica aposta que preços vão subir em ritmo normal a partir de agora e comemora: não 'derrubou economia', como queria o 'mercado', e mantém Brasil com 'excelentes perspectivas'. Situação sob controle abre espaço para agenda política da gestão Dilma Rousseff.
A inflação de abril foi de 0,77 %, informou nesta sexta-feira (6/05) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos quatro primeiros meses do ano, soma 3,2%, metade do valor máximo que o governo aceita em 2011 (6,5%). Em doze meses, supera a meta (6,51%). Para impedir que os adversários políticos tirem proveito do tema mais delicado do início da gestão Dilma Rousseff, o discurso oficial repete que o governo fará tudo para controlar os preços. Em público e nos bastidores, no entanto, o governo começa a dar sinais de quem acha que o pior já passou. E com motivos para ser comemorado. O país continua crescendo. E, no fim no processo de combater a pressão inflacionária artual, terá juros menores do que o “mercado” queria, facilitando o plano de derrubá-los até 2014.
O sinal mais claro de confiança emitido pelo governo até agora partiu do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Na véspera do anúncio do IBGE, ele foi a uma audiência pública no Congresso e disparou: “em maio, vai cair bem a inflação” e “o cidadão comum vai sentir a inflação mais baixa ao longo do ano”.
Segundo Tombini, a partir de junho ou julho, a inflação vai subir de 0,35% a 0,40% ao mês, patamar que não se verifica desde setembro e projeta índice anual de 4,5%. Esta é a meta que o governo se propõe a perseguir todos os anos mas que, em 2011, foi abandonada. Na visão da presidenta Dilma e sua equipe, buscá-la exigiria derrubar a economia de tal forma que demoraria para reerguê-la, e a um alto custo. Só em 2012, é que o alvo de 4,5% voltará. (Carta Capital- André Barrocal)
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