sábado, 7 de maio de 2011

Inflação continua alta, mas governo acredita que pior já passou

Aumento de preços no ano atinge metade do limite máximo admitido em 2011 pelo governo e, em doze meses, supera o teto. Mas equipe econômica aposta que preços vão subir em ritmo normal a partir de agora e comemora: não 'derrubou economia', como queria o 'mercado', e mantém Brasil com 'excelentes perspectivas'. Situação sob controle abre espaço para agenda política da gestão Dilma Rousseff.

A inflação de abril foi de 0,77 %, informou nesta sexta-feira (6/05) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos quatro primeiros meses do ano, soma 3,2%, metade do valor máximo que o governo aceita em 2011 (6,5%). Em doze meses, supera a meta (6,51%). Para impedir que os adversários políticos tirem proveito do tema mais delicado do início da gestão Dilma Rousseff, o discurso oficial repete que o governo fará tudo para controlar os preços. Em público e nos bastidores, no entanto, o governo começa a dar sinais de quem acha que o pior já passou. E com motivos para ser comemorado. O país continua crescendo. E, no fim no processo de combater a pressão inflacionária artual, terá juros menores do que o “mercado” queria, facilitando o plano de derrubá-los até 2014.

O sinal mais claro de confiança emitido pelo governo até agora partiu do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Na véspera do anúncio do IBGE, ele foi a uma audiência pública no Congresso e disparou: “em maio, vai cair bem a inflação” e “o cidadão comum vai sentir a inflação mais baixa ao longo do ano”.

Segundo Tombini, a partir de junho ou julho, a inflação vai subir de 0,35% a 0,40% ao mês, patamar que não se verifica desde setembro e projeta índice anual de 4,5%. Esta é a meta que o governo se propõe a perseguir todos os anos mas que, em 2011, foi abandonada. Na visão da presidenta Dilma e sua equipe, buscá-la exigiria derrubar a economia de tal forma que demoraria para reerguê-la, e a um alto custo. Só em 2012, é que o alvo de 4,5% voltará. (Carta Capital- André Barrocal)

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