domingo, 22 de maio de 2011

NOVO MODELO DE MÍDIA DEMOCRÁTICA – VENEZUELA

A partir de hoje vamos transcrever o artigo de Luciana Lanza e Leo Drumond publicado na revista “Caros Amigos” sobre o desenvolvimento da mídia democrática e revolucionária na Venezuela.

Um dos principais desafios para o desenvolvimento democrático do Brasil, uma das reformas do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, propostas pelo PCdoB, a reforma da mídia é uma imposição para romper com o monopólio da grande mídia conservadora.

A experiência viva da Venezuela mostra caminhos e formas que estão dando certo, com a marca da participação popular e o apoio do governo revolucionário:

“Em abril de 2002, em meio à tentativa de golpe militar contra o presidente Hugo Chaves, na Venezuela, estimulado pelopoderoso aparato da mídia empresarial conservadora, um dos golpistas chegou a afirmar em um canal de TV: “Felizmente, temos uma grande arma que são os meios de comunicação. Se o povo se der conta, o exército e as forças de segurança não fizeram um só disparo. Nossas armas foram os meios de comunicação.”

A frase serviu de alerta. Ficou evidente que os meios privados tiveram papel decisivo na frustrada manobra golpista. Depois disso, o Governo Chaves deu início a uma experiência inédita na área de comunicação pública, estimulou as redes comunitárias e estatais, criou jornais e revistas, apoiou a formação de comunicadores – o que hoje faz da Venezuela um importante laboratório da comunicação democrática e popular para toda a América Latina.

MEIOS PÚBLICOS

Já em 2003, foi criada a Vive TV, um canal cultural e informativo, bem estruturado, e com a programação focada nos movimento sociais, populares e de classe. E não só programas voltados para o povo, mas, também, programas feitos pelo povo. Como os demais veículos visitados, a Vive investe em capacitação técnica e formação política, pois a consciência da população é a mais alta prioridade da mídia revolucionária. Para a revolução bolivariana é tão necessário incluir as massas na realização dos programas, quanto formar um público crítico.

A Vive emprega quase 800 pessoas; cerca de 500 só em Caracas. Poucas tinham experiência profissional e muitas vieram de movimentos sociais. A formação é feita em oficinas e cursos, onde se trabalha o conceito de produtor integral: todos têm de saber filmar, gravar áudio, editar, etc. É também, uma nova forma de pensar a divisão do trabalho: profissionais cientes e conscientes das etapas do processo e capazes de produzir mais conteúdo e mais relevância com equipes reduzidas.

A Vive alcança 77% do território nacional e 95% da população, em sinal aberto, e já possui seis sucursais no interior do país. Segundo Gabriel Gil, diretor de programação, um dos desafios é a busca de uma linguagem que se contraponha à mídia hegemônica e seja, ao mesmo tempo, interessante e atraente. Com quase oito anos de existência, a Vive tem como meta ampliar o conteúdo regional. O objetivo, em dois anos, é ter sete sinais diferentes no país, recebendo o sinal máster de Caracas, porém com mais programas regionais exibidos localmente.

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