terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Após sessão, dúvidas sobre BRT permanecem


Após sessão, dúvidas sobre BRT permanecem (Foto: Jaime Souzza)
Os vereadores fizeram vários questionamentos importantes ao prefeito (Foto: Jaime Souzza)

















O prefeito de Belém, Duciomar Costa participou hoje (7) de uma sessão
ordinária na Câmara Municipal em que respondeu uma série de questionamentos
sobre o BRT (ônibus de trânsito rápido, na sigla em inglês), projeto que custará
cerca de R$ 350 milhões. Ao DOL, o prefeito prometeu não deixar
nenhuma pergunta sem resposta. "Estou aqui para responder a todos os questionamentos".
Ainda assim, várias dúvidas permaneceram no ar. Duciomar não esclareceu, por exemplo,
por que o edital do BRT não mencionou o orçamento que seria empregado no projeto.
As obras do BRE iniciaram no dia 16 de janeiro e se tornaram um dos assuntos mais
discutidos no âmbito municipal, com posicionamentos contra e a favor do projeto.
Segundo os vereadores, algumas perguntas precisam ser esclarecidas.
Duciomar chegou à Câmara por volta das 10h30. Logo no começo de seu discurso,
 Duciomar reconheceu que o trânsito da capital paraense é caótico e afirmou que
 o BRT é de fundamental importância para a Região Metropolitana de Belém.
Em seguida, as lideranças políticas começaram os questionamentos. Cada
vereador teve cinco minutos para subir à tribuna e fazer suas perguntas.
O vereador Carlos Augusto (DEM) perguntou ao prefeito sobre o orçamento para
executar o BRT e por que o valor não foi mencionado no edital. Duciomar limitou-se
 a dizer que o projeto provavelmente será concluído na gestão de outro prefeito, mas
prometeu que a parte que abrange o Entroncamento será entregue ainda este ano.
Já o vereador Augusto Pantoja (PPS) mencionou que não houve estudos de impacto
ambiental ou audiências públicas para começar o projeto. Ainda segundo Pantoja, o mesmo
projeto em Manaus, que pretende cobrir 23 quilômetros e atender 1,8 milhão de
habitantes, será mais barato que o implantado na capital paraense, que terá um
corredor de 20 quilômetros e atende um número menor, de 1,4 milhão de habitantes.
O vereador Fernando Dourado (PSB) foi bastante crítico quando subiu à tribuna.
 Iniciou questionando o prefeito sobre as obras prometidas na campanha de reeleição,
como os oito prontos-socorros municipais, a Maternidade Municipal e a Avenida Belém,
 que não foram entregues até o momento.
Dourado disse também que processos licitatórios com obras de R$ 150 milhões
precisam de audiência pública, mas que ninguém participou por que não houve.
Segundo Dourado, as obras no Entroncamento nem começaram. "Essa história
de que começou a obra é mentira. Quem foi limpar a área do Entroncamento foi
a Sesan", disse o vereador.
Duciomar afirma que o orçamento do projeto foi garantido e que provou que
o BRT pode ser implantado. O prefeito ainda rebate as críticas dos vereadores
 da oposição, afirmando que os comentários sobre irregularidades são "disputas
 políticas". "Não se pode tratar com demagogia política problema tão sério como
o trânsito", disse o prefeito.
Outra preocupação quanto ao decorrer da obra é a desapropriação do asilo e creche
 Lar de Maria, em São Brás, além da Praça do Operário, e do estacionamento
do Terminal Rodoviário, onde ficará um terminal, com área de 16.500 metros quadrados.
Segundo os vereadores, a desapropriação do Lar de Maria está no edital, mas nenhum
 gestor da casa foi avisado sobre o projeto.
A sessão terminou por volta das 13h40.
BRT
O BRT é um sistema de ônibus sobre trilhos de alta capacidade, utilizado em mais de
20 países em todos os continentes, concebido para servir pelo menos 45 mil passageiros
 por hora. O projeto será executado num trecho de 20 quilômetros entre a entrada do
distrito de Icoaraci e o bairro de São Brás, em Belém.
O projeto é um sistema alternativo de transporte público cujo objetivo é viabilizar o
deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência
 e corredores exclusivos de ônibus. A obra do BRT de Belém, após vencidos todos
os trâmites, deve ser concluída em até 12 meses. A obra inclui ainda a construção de
um elevado na área do Entroncamento, o que deve garantir melhor fluidez do corredor
exclusivo de ônibus que será criado.
Fonte: (DOL)

Um comentário:

Marcio Freitas disse...

Essa pratica autoritaria de governar da Prefeitura e ruim, mesmo tecnicamente, em relacao a um projeto desse porte, que envolve varios segmentos da sociedade, como pedestres, ciclistas, motociclistas, motoristas e usuarios, com impactos socioambientais para toda sociedade, precisa ser discutido por toda a socidade.