quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A greve na Bahia é justa.Chega de criminalizar os movimentos

A sociedade brasileira acompanha com atenção o desenrolar da greve dos policiais militares na BA, que já dura dez dias, ameaçando até a realização, com êxito, do maior carnaval do país.

Há tempos, uma greve não causava tanto impacto e tanta discussão e ao mesmo tempo reações tão distintas.

O tempero maior foi dado, a partir de ontem, dia 08, com a dvulgação de ligações telefõnicas entre lideranças do movimento e as prisões do cabo Benevenuto Daciolo(ontem) e do de alguns líderes do movimento baiano hoje, dia 09.

Teses, especialistas, ministros e hoje a opinião da presidenta da República acabam dando maior repercussão á questão e devem suscintar, para além da Bahia, um debate de fundo na sociedade brasileira,Em que condições esses trabalhadores da segurança pública atuam?Se se sua função é de caráter especial, as questões referentes à remuneração e condições de trabalho também não deveriam receber tratamento especial?

Não se trata aqui de defender métodos violentos e muito menos que as armas portadas por militares sejam utilizadas para pressionar governos e população para assegurar o cumprimento de suas reivindicações.Isso é o óbvio.Mas, é necessário refletir, levando em conta justamente a complexa problemática da segurança pública no país sobre as razões que levam os militares à organização e à greve.

No caso da Bahia trata-se de reivindicar plano de carreira, melhores condições de trabalho, gratificações adicionais por periiculosidade e insalubridade, gratificações incorporadas ao salário e aumento real em cima do piso que atualmente é de R$2.173,00.

Quanto à articulação nacional do movimento, ora, não é novidade que existe troca de informações e experiências, em que pese a proibição da sindicalização dos militares.Não é a toa, que, depois dos movimentos ocorridos no RJ e ainda em processo de desfecho, também militates do DF e ES estão debatendo a possibilidade de paralisação.Aqui mesmo no Pará, cerca de 20 dias atrás os nossos policiais militares realizaram paralisações parciais para viabilizar aumento salarial.

A tentativa de criminalização dos movimentos é prática antiga e soa como música aos ouvidos dos conservadores, sempre de plantão.Retirando os possíveis excessos, o essencial é que se trata de trabalhadores lutando por uma causa justa.

Que todo este alvoroço sirva para aprofundar os debates e suscitar soluções estratégicas para o trato da segurança pública que precisa de financiamento justo e coerente com as necessidades da sociedade.


Leila Marcia

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